segunda-feira, 25 de junho de 2012

Saudade

Dedicado a Felipe Berthoti. 
Por todo esse tempo eu estou á espera.
Comprei os biscoitos que gostava, passei a fazer café na hora que tomava, comprei os pães da padaria que você sempre comprou.
Voltei a usar o mesmo perfume, prender o cabelo daquela maneira que você gostava, só pra esperar tu soltar tudo depois.
Eu estou pronta pra te receber, como sempre.
Mas você vem? Não. Nunca mais.
Você apenas foi e deixou suas coisas aqui. Me deixou aqui. Pra nunca mais voltar.
A única coisa que bate á minha porta é a saudade disfarçada de você, disfarçada no seu cheiro, no seu sorriso, disfarçada naquele brilho que tinha com você, disfarçada nas lembranças daqueles dias tão felizes...
Grande saudade, traz a dor de saber que não existe mais aquilo tudo de antes, a dor que por mais que sejas forte te dá vontade de ser fraca... Ela é a unica que se vai,
Mas volta.
Mais forte ainda. 

Conflito em decisão

Em um momento desesperador,
Em um conflito estranho,
Uma guerra nos meus pensamentos,
pela paz do coração.

uma hora pede pra ir,
noutrora, pra ficar.
Uma hora ama,
Outra quer estrangular.

Sufocante guerra,
Dificil decisão.
Já machucada pelas granadas
jogadas aos ares da mente,
Deixa estar,
o tempo há de ter a cura.
Por mais que demore da guerra cessar,
por mais que demore do tempo ajeitar,
o sossego chegará.
E eu sairei
Ilesa.
Mas trazendo junto a mim o peso de ter você.
Que se machucou,
O tempo não curou e muito menos levou.
(Talvez porque você carregasse um fardo muito pesado pelas coisas que eu sentia por você)
Ele te deixou.
E depois da guerra, me restou,
com orgulho,
Te cuidar.

Voz

Canto com a voz que já te disse tantas coisas.
Mas para onde foram as palavras que eu disse, enquanto tu dizias me ouvir?
Será que tens mesmo me escutado?
A voz que agora canta já cansada por tantos nós na garganta, que ainda não foram desatados.
A voz que ainda cana agora morrendo aos poucos sem um real. Talvez saudade de palavras bem elaboradas, bem ditas, que soavam como belas melodias.
Agora mal cantadas, desfazendo-se dentro de mim.

Marcas

Apenas uma escrita .
Pequenas letras, muitas palavras., nada de rodeios e pouca decoração.
Marcas no papel mostram ira, marcas de que foi apagado, deixado de lado, aquilo que realmente queria se dizer.

Nos meus olhos o breu,
nas minhas mãos a velocidade
para transcrever aquilo que se passa na minha cabeça,
Que de tão confusa,
ao mesmo tempo parece vazia,
Mas tão cheia.

No papel marcas,
Marcar de uma lágrima deixada,
falando mais do que todas as palavras escritas...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Capítulo XVIII de um livro qualquer.

..."que agora você estaria aqui. Agora que eu caí, agora que eu preciso. Me ajudaria a não deixar chover a grotesca nuvem que levaria tudo de mim. Deixaria as cosias frias lá fora pra me esquentar aqui, pra me vigiar, me aconselhar e muito mais me aconchegar nos teus braços não muito fortes mais muito confortáveis..." Quando  em sua cabeça vieram as ultimar palavras "Oque eu posso fazer? Não sei nem se volto para casa hoje a noite..." A única coisa que lhe restou foi pedir para que os fortes ventos daquela noite conseguissem levar longe e entregar a seu destinatário aquele redemoinho de pensamentos e quereres. Não lhe restava mais nada do que esperar a resposta de indivíduo indeciso, que ela sabia muito bem, saber oque querer.