segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Estava lá sentada
Apenas com aquela mente vazia,
desvairada.
Olhava pela janela do vidro tão transparente
Tão aprisionada
Observava aqueles belos raios de sol
Que iluminavam a infinita selva de pedra.

A única coisa que corria naquela caixa vazia
Eram as inúmeras perguntas
Que queriam chegar a mesma resposta.

Por quanto tempo
Essa luz iluminará
O mesmo dia?
Impreterivelmente entregue aos meus pensamentos
Sentindo mais vazio quanto mais me encho
Sentir incompreendido quando mais me compreendo
Quando tu presentes, nunca me enche
Me esvazia e me transborda
Num simples ato de bater a porta
E ficar até o dia clarear.

sábado, 24 de agosto de 2013

"Nós poderíamos ainda sentar naquele velho sofá em frente a tv
E assistir à mesma fita
Igual naquele dia que tu segurava a minha mão
E com a outra fazia a batida
Daquela musica que fazia meu coração bater como nunca
Por estar do lado de alguém que..."
Pouco tempo se passou, mas nesse pouco parece muito. Cada dia sem tua pessoa, é mais que um absurdo. Eu poderia me ver vivendo sem ter conhecido a ti. Mas, a vida deu um rumo e tu apareceu pra mim. Agora é dificil ter uma imagem minha sem ti por perto, e é isso que falta aqui. Uma parte de mim se foi, e isso aqui agora não passa de uma carcaça. A mesma musica, o mesmo significado. Sentimento diferente a cada solo tocado. Tu és ainda o mesmo pra mim.
O mesmo dono desse amor sem fim...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Outro capítulo desconhecido de uma memória desarranjada.

"Porque já estava noite e você estava deitado ali comigo. Nós assistíamos o lado de fora da casa pela janela do quarto e pela parte do teto de vidro que estava sob nós.
As nuvens não estavam no céu. Aliás, não tinha nada lá além da brisa fria que fazia você me abraçar e me trazer pra perto do teu corpo quente e... Mas cadê as estrelas pra assistir essa cena maravilhosa que nem algum Deus existente poderia pensar em desenhar em algum papiro qualquer? A lua estava ali a vigiar e parecia olhar orgulhosa aquilo que por anos ela tanto viu eu aclamar pela janela do quarto, como se ela fosse uma amiga a estar sempre ali pra ouvir as palavras cheias de graça que saiam estupidamente da minha boca.
Eu parei de pensar em tudo aquilo e quando eu olhei pra você... Eu percebi que meu céu estava ali. O balanço dos teus cabelos eram as minhas nuvens que se moviam com o vento. E teus olhos, ah, os teus olhos... Pareciam que todas as estrelas se encontravam ali. em constelações. Talvez fosse por isso que nenhuma estava disposta ao céu. Eu não precisava de mais nada além daquilo que eu contemplava ali na minha frente. De tão perfeito, parecia irreal."
Na noite vazia de estrelas no ceu, pego o meu querido amigo que faço queimar por dentro e trago à tona todos os questionamentos. Será mesmo que vale a pena ser correto nessa corrente de mar aberto? Melhor deixar a marola levar a gente por inteiro.
na caída da noite calada, a gente pensa na vida errada, onde rolam até umas lágrimas iradas. Iradas de dor procurando ser libertadas. Libertadas da angústia guardada dentro de ti. Serem liberadas dos olhos vazios que veem a realidade poluída e sozinhos não podem fazer nada.
Nós vivemos em um redemoinho de caos, tanto dentro quanto fora da realidade. Isso porque nada satisfaz, ainda sentimos aquela sede ascendente da maldade de cada alma, viva dentro da mente, corroendo toda a gente.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Capítulo não numerado de uma história não nomeada.

"Foi um dia estressante, chato, daqueles que no primeiro minuto, já começam estragados. Eu acordei cedo, com lágrimas nos olhos, já pedindo para que esse dia terminasse logo e tudo passasse muito rápido.
Durante o dia coisas erradas aconteceram, nada dava certo, não estava feliz, não estava de bem, e qualquer brisa poderia me derrubar. Nem os olhos azuis da pessoa que me acolhia todo dia no trabalho, que diariamente me trazia sossego, estava conseguindo acalmar minha alma. Finalmente, a hora de "acabar a tortura" chegou. Nesse dia eu abri o portão, estava tudo igual, do mesmo jeito de todo santo dia. Até que eu percebi novas flores no jardim. Elas eram lindas, esplendidas, reluziam à qualquer brilho e quando você as olhava, parecia que elas lhe cumprimentavam com um sorriso.
A beleza daquelas eram tanta, que passei a me dedicar, a cuidar, querer bem.
Quando entrei em casa, recebi uma ligação. O rapaz dos olhos azuis profundos da cor do mar me fez uma pergunta que me fez sorrir e amá-lo para o resto da minha vida.
'Gostastes das novas flores em teu jardim? As reguei por muito tempo com muito carinho, pois sabia que irás cuidar delas com todo esse amor que faltou em teus dias.'
Na manhã seguinte, o dia aparentava ser lindo. O céu era uma imensidão azul, infinita, assim como os olhos daquele que cumpriu a sua missão diária e me trouxe a paz nos últimos minutos de um dia que parecia nunca ter fim, de tão errado." [...]

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ateliê

Naquele dia, no saguão, estavam guardadas todas as coisas.
Todas as lembranças, todas as angústias. Mesmo aquelas que um dia tu pensastes: serão esquecidas na lonjura do tempo. Caídas nos quilômetros dessa estrada que caminhamos sempre em frente, e todo dia, novos pontos de partida.
Cheguei no ateliê, e abri as caixas. Todas as fotos, todas as roupas de uma peça chamada vida.
Cortinas rasgadas, e cheias de pó.
Aproveitei tudo aquilo e montei um novo palco, em um novo cenário. Uma peça com título novo.
Recomeço.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Chegada.

Chegou o tempo, não é? Não havia mais nada que nos conectasse. E não há mais nada que nos deixe perto, a não ser aquilo que um dia eu escrevi pra ti, mas que eu sei, que pra ti vai estar distante do mesmo jeito. Mas tu irá ler aquilo, e talvez me imaginar gritando? Entre as lacunas que nos foram deixadas.
Nossos gostos ainda são os mesmos.
Tu tens aquele conhecimento de que eu não creio em nada daquilo que é posto. Mas eu espero que essa estrela que um dia eu mandei pra iluminar a tua vida, pra te mostrar um caminho e que eu dei tanto amor, continue fazendo o mesmo trabalho. É oque eu sempre quis pra ti e não vai ser agora que eu vou retirar isso, se eu gosto de ti e gostaria do mesmo jeito, a qualquer hora, a qualquer dia, não importa pelo oque passaríamos. Eu te dei isso com todo amor e carinho e isso não me faz nenhuma falta. Sendo assim, quem perde não sou eu.
Só é triste que um dia alguém pensou, que todo aquele amor, um dia poderia se transformar em ódio na mesma proporção.
E eu sei que vai acontecer que a estrela, vai te mostrar o caminho certo e tu vai pegar o errado. Porque foi eu que mandei, mas tu quem sempre teve razão.
Vai fazer o contrário, achando que está certo. Vai se enroscar todo final. Vai correr atrás pra consertar aquilo que... Se espedaçou, e não tem mais como colar, como fazer massa, como passar um pano. Tu perdeu as oportunidades de ter aquilo que um dia tu sempre quis. E a culpa foi tua, não minha.
Essa mente aqui, que por anos esteve preenchida só com uma coisa, por uma razão... Está do mesmo jeito, sim. Só que preto e branco. Colocando ainda, outras cores, muito mais vivas, que vão mudar a imagem, mudar uma vida.
Que tu passe bem.
E bem longe desse ser que um dia te amou tanto.
Mas que se por um acaso encontrar contigo...
Será só mais um no meio da multidão.
(Um alguém com história, com escrita em mim, que fez parte da minha vida, mas se tornou vazio. Vazio como uma folha em branco. Apenas uma luz, aquilo que chama a tua atenção na escuridão mas tu não pode alcançar. Inatingível. Você.)

sexta-feira, 19 de abril de 2013

E tudo aquilo que eu pensei um dia, estava certo. Eu não vou esquecer, não vou deixar pra trás. Não tem como jogar fora de si próprio, aquilo que um dia fez parte de você, te impregnou, aquilo que você carregou por léguas. Que por fim você percebe que não vai... Sair da li. É como se fosse um quadro velho de lembranças. Pode estar parado, mas a presença incomoda, você passa e vê, sente, lembra, recorda tudo.

domingo, 6 de janeiro de 2013

"Sairíamos de manhã antes do sol, moreno. De mãos dadas na beira da praia, olhando as estrelas partirem e o primeiro raio de sol vir tecer a manhã. Iriamos ver formar a primeira maré da matina. Só eu e você. Você, eu, o vento e a brisa do mar. Iriamos correr até cairmos cansados na areia.
O sol ia se por e a gente não ia nem ver, ia garoar e a gente ia perceber o porque. A lua que já chegou estava impressionada ao ver ali por tanto tempo, já um amor sem limites. E a gente que saíu antes do sol nascer, estávamos parados sentindo a brisa que brotava de nossa mente, assistindo nascer o brilho no olhar um do outro. Como o sol que irradiou o céu àquela manhã enquanto estávamos à beira da areia branca e aquele imenso mar azul, cheio de ondas que só nos levavam adiante. Como os barquinhos e as outras navegações que brilhavam a noite toda, até o sol vir novamente e nos aquecer, do mesmo jeito que teus braços me envolviam durante toda aquela noite densa..."

sábado, 5 de janeiro de 2013

"Será..."

"Será que um dia,
Aquela nossa casa terá um jardim cheio de flores,
Com cheiro de campo,
Fluindo na imaginação?

Será que as nossas janelinhas,
Serão de madeira,
Que quando bate o vento,
No vidro dá aquela tremedeira?

Será que o nosso chão,
Será tão bem pisado
Por nós e nossa geração?

Será que o vinho que estará no armário
Nos fará quentes
Como o amor que ocupa nosso coração?

Será, só será
Que um dia, distante ou não
Eu vou cantar essa canção,
E ter a certeza de que
Nada foi em vão..."